domingo, 9 de julho de 2023

Lições às Ocupações por Moradia: nada de novo em desabamento de Prédio em Paulista - PE


           Conforme observamos ao longo dos anos, cada nova tragédia em decorrência da infra e superestrutura dicotômica e ambígua do Frankenstein do Sistema Policial Francês imperante sobre o débil e senil, pseudo sistema de Emergência, e o tutelado - por militares - Sistema de Defesa Civil que esmaga o desenvolvimento do Sistema de Proteção Civil, feito para e por civis. 

      
              O desastre que ceifou a vida de 14 pessoas em determinada parte do conjunto residencial no município de Paulista "na região metropolitana de Recife, o colapso aconteceu às 06h07 da Sexta-feira dia 07" (G1, 2023)

            Os veículos de informações despejam o conteúdo mastigado e editado com o teor poético e canastrão midiático voltado aos interesses de grupos e da docilidade dos telespectadores de qualquer matiz ou verniz ideológico, à esquerda ou à direita.

            Uma guerrilha discursivas através de metalinguagens de imagens, desprezando, ou simplesmente deixando para baixo do tapete a importante reflexão da análise crítica que demonstra a falência total deste modelo que, inclusive, arrasta organizações civis de terceiro setor, sociedade civil e as classes trabalhadoras, numa fantástica ilusão de que tudo vai bem e está passível de melhorar e avançar sempre.

           Chafurdando profissionais civis, militares, políticos, voluntários e a academia na aceitação do fim hegemônico da melhoria e avanço constante da gestão aos moldes racional-empresarial.  

             Novamente surgem as torrentes de imagens heroicas de Bombeiros, diametralmente capturadas em posições anatômicas varonis, demonstrando a galhardia e garbo da herança da disciplina e hierarquia típicas de cenários de ação das telas que não refletem a realidade, mas que as moldam.


              Por sua vez, notamos que assim que ocorrem os desastres as medidas iniciais de socorro e salvamento, são iniciadas por populares, como se nota de forma mais emergencial possível, simplesmente juntado esforços e quando há, o pouco de conhecimento para tal, de maneira mais ou menos organizada, caso contrário, sem uso mínimos de técnicas, somente com o senso de solidariedade. Algo que resulta da forma como as classes trabalhadoras são obrigadas a lidar com as emergências e socorro, ou seja, sem protagonismos e autonomia, devido a docilidade diante da espera dos serviços públicos.

              Nisto, o que resta por parte da imprensa hegemônica é a demonstração da forma nua e crua de como se dá a resposta popular, ou seja, para os olhos incautos, desorganizada e desesperada, sem a estética da coordenação da liderança e "voz de comando", é o despreparo da camiseta regata e chinelo de dedo, bem ao contrário da resposta organizada e racionalmente técnica e científica dos militares. 


https://youtube.com/shorts/vqfYpu8svFs?feature=share


             Inevitável comparação ao sabor dos show de imagens típico das viralizações das redes sociais, algo que contribui muito com o grande turismo de desastres no país, tanto de civis e instituições militares, mascarando problemas sociais graves.     

 

             
              Nas entrelinhas as informações dão conta de "segundo a prefeitura de Paulista, o prédio foi interditado por ordem judicial em 2010. Entretanto, ele foi ocupado de forma irregular em 2012." (G1, 2023) Ou seja, de certo modo as mortes, se dão pelas famílias estarem ocupando o espaço proibido e não pela exclusão social e toda carga de infortúnios que as famílias sofrem para poder sobreviver no capitalismo selvagem brasileiro. 

               Não é uma questão de ausência de dignidade por moradias e necessidades de haver programas habitacionais justos e acessíveis aos trabalhadores, não é o salário baixo e o mercado de imóveis caríssimo ou o de aluguéis elevados, do rentismo das classes médias, também não é a ausência do município em proporcionar soluções, é a "ocupação irregular". 

               Tudo isto, fica explícito quando o município através da Defesa Civil declara que a prefeitura vai cadastrar as famílias, deixando claro que as inciativas que tenham ocorrido foram as da inércia do estado e do município, tanto por parte de proporcionar solução com a remoção e destinação de famílias conforme a lei 12.608/2012 determina, ou ainda exigir que a fiscalização municipal e o aparato policial cumprisse seu dever quando se deu a interdição no local por riscos estruturais de desabamento.

               É certo que as trabalhadoras e trabalhadores ali, esgotaram todos os meios de solucionar seu sofrimento, contudo não foram ouvidas a ponto de necessitarem continuar no local, mas tudo se limita a simples frase, "foi ocupado de forma irregular", afinal a vida da classe trabalhadora, após a perda da vitalidade se torna somente mais um produto para valorizar as imagens heroicas do sistema, o qual ameniza as críticas com o show da solidariedade de "Uma corrida contra o tempo, equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e  voluntários da comunidades ainda possíveis sobreviventes" (JN, 08/07/2023) Todas de almas lavadas que poderão deitar tranquilamente a noite com o senso do "eu estive lá", "eu fiz a minha parte", mesmo que antes do fato, passavam ali e se quer se incomodavam.
             
            A lição que nos resta, diante da hipocrisia, é a de que necessitamos criar nossas formas de nos proteger e amparar, criticamente sem a subserviência do modelo da ética e estética militarista que inibe e molda as formas populares de lidar com a emergência e proteção civil, esta última carente urgentemente de se aproximar dos interesses da classe trabalhadora e não de grupos hegemônicos de poder. Assim o movimentos populares e trabalhadores devem exigir mudanças, através do entendimento destas dinâmicas cobrar do Estado seu direito a vida, deixando de ser voto em tempos de normalidade e deixando de ser um produto fotográfico para o show do heroísmo, após a morte. 



Vídeo mostra momento em que prédio desaba em Paulista, no Grande Recife | Pernambuco | G1 (globo.com)

https://g1.globo.com/pe/pernambuco/video/video-mostra-desabamento-de-predio-em-paulista-no-grande-recife-11762157.ghtml

(1082) Prédio desaba nesta sexta (7) em Pernambuco | CNN NOVO DIA - YouTube

Jovem é resgatada viva dos escombros de prédio que desabou no Grande Recife; VÍDEO | Pernambuco | G1 (globo.com)





quarta-feira, 1 de março de 2023

1° de março no Brasil poderia se tornar um novo dia 1° de abril?


    Em 1949 o  protocolo 1, do Tratado de Genebra “Proteção das vítimas dos conflitos internacionais armados” trazia a proposta de utilizar a data de 1° de março como a instituída pela Organização Internacional de Proteção Civil (OIPC) como um esforço internacional para a importância da Proteção Civil como um momento de reflexão para atenção as prevenção e as emergências.



    Contudo, o Brasil, como sempre se mantém em jogos de interesses de grupos e corporações, politicagens institucionais e eleitorais, se mantendo na contramão da história da emanciapação popular. Enquanto muitos países exercem a governança e desenvolvem a participação popular, mantemos convenimente o perfil militarista e empresarial de gestão, onde ocorre o depósito de militares e cabos eleitorais no que ainda chamamos de Defesa Civil.


    Sim, ao mesmo tempo que há uma perda no poder de influência militar sobre o serviço de Proteção Civil, além deste passar a ordenar sobre instituições militares e políciais, por aqui, cada vez mais notamos a militarização e utilização dos órgãos e departamentos das Defesa Civis como meios de realizar políticas locais para ou manter pessoas nos cargos e funções, assim como realizar barganhas diantes de desastres onde as classes trabalhadoras sofrem.

      Diante de fato, a população e a sociedade civil, não é permitido a participação real na área, sendo ignorada e destratada além de não poder executar tarefas condizentes com inúmeros profissionais vistos como empecilhos e invasores de atribuições militares, como no caso de Bombeiros Civis, sendo que isto é imperioso discutir, por que estamos acostumados a pensar que serviços de emergência como de Bombeiros devem ser separados e divididos dos de Proteção Civil, num modelo de divisão social do trabalho.

     Onde o Técnico e Agente de "Defesa civil" é o cabeça pensante que formula projetos e planilhas para captar recursos para a cidade atingida por desastres, ou ainda realiza levantamentos para arrumar lonas cestas básicas, construíndo o profissional gestor garantidor da folga para o militar fim de carreira que não se assujeita mais a se lançar na lama, produzindo na Defesa Civil a persistência em esta aceitar o seu papel de atividade operacional que permite a população desenvolver sua melhor forma de segurança, uma vez que, os príncipios da Proteção Civil, é Justamente o de empoderar a sociedade civil na sua auto proteção, porém uma população auto suficiente é crítica e incomoda por que luta por seus direitos, assim Bombeiros Civis e Agentes críticos e executantes de toda a cadeia de serviços também o seriam.

       Dia 1° de março era para ser um dia significativo, mas se torna um primerio de abril, até mesmo pela forma como é rejeitado e igrnorado no país, pela sociedade, mas principalmente pelos militares que se quer querem discutir o assunto.



terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Relato do Bombeiro Miguel A. 


      "Eu Trabalhei 24 anos na área de Bombeiro, estou  desempregado, faço bicos limpando terrenos e outros. A diária é de R$ 200,00 mais 36 de hidratação, não preciso nem pedir, eles dão e não cobram água, suco ou energético a vantade;

        Não faço bico por R$ 90,00, mas também não crítico quem faz, por que está muito pouco. São inúmeros cursos, reciclagens caros e fora a resonsabilidade;

         Responsabilidades muitas, e não adianta dizer que o bico e socegado, já fui em bicos que assim diziam, 'mas muitos se tornaram concorrência' onde quase perdi companheiros de uniforme, cheguei vivo em casa com a graça de Deus;

        As pessoas que contratam deveriam respeitar os Bombeiros e Seguranças e pagar 'uma paga' melhor;

         'Solicito' desculpas a todos pelas minhas palavras, mas a verdade tem que ser dita;

        "E claro, gente, se tem alguém passando por necessidades, aí é outra coisa, 'e, é melhor pedir ajuda na Prefeitura e seguir adiante;

          Deus abençoe e proteja todos irmão e irmãs de uniforme;

       Em questão de união dos irmãos de uniforme, só uma observação: Trabalhei com amigos Bombeiros Militares percebi e observei que são muito mais unidos do que os Civis. Um dica bico para o outro, um orienta o outro. Procuremos nos unir também afinal é um ajudando o outro. Deus abençoes e proteja a todos vocês irmão de uniforme."

 

        Relato de Bombeiro experiente de mais de duas década no mercado e na sociedade que decidiu diante da exploração de seu trabalho é da tentativa de tomada de sua dignidade, decidiu se rebelar deixando de ser inserido ao precariado em relação abusiva de exploaração humana. Com a sua luta pela sobrevivência longe da área profissional, perde sa sociedade civil e a população, mas ganha ele em liberdade, um pouco de qualidade de vida para si e seus familiares.

Mais União, Coonsciência de Classe e Senso Crítico.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 Bombeiros e o Fetichismo.

Poderíamos atribuir que o fetichismo afeta os emergencistas?

Se levarmos em conta o fetichismo como aquele fascínio, admiração incondicional e louca a coisas e objetos que tomam do trabalhador a condição de criatura e se tornam tão importante quanto ou mais que ele que o produziu, sim, claramente e sem sombra de dúvidas, podemos atribuir que a espetacularização do trabalho nas atividades de emergência produziu um brilho lustroso a ponto de ser venerável por muitos dos que procuram vir a se transformar em trabalhadores da área, logo fetichizando as relações destas pessoas com a atividade.

https://www.youtube.com/watch?v=u8VmtPpceCY

Em especial a massa daqueles trabalhadores que sabem que por uma infelicidade técnica da legislação brasileira e dos mecanismos de dominação jamais terão oportunidade de compor fileiras nos serviços que se apresentam como exclusivos  de prevenção e emergência, como os Corpos de Bombeiros. 

Neste sentido, profissionais civis, tem uma fascínio em relação aos profissionais militares, algo fundamentado em anos de coerção social, seja na execução dos trabalhos que garantiram a naturalização de legitimidade, ou no consumo cultural da mídia , mas não em sentido pessoal ou de personalidade, mas pautado na crença de um tipo ideal de bombeiro.

Idealização que se consagra nas instituições que representam no imaginário popular, o "padrão bombeiro" a "cultura bombeiril", pensamentos e modos de observar uma profissão que chega a beirar o fantástico.

Enfim, esse profissional, civil, que atua, inclusive como voluntário, muitas vezes não foge da fantasia que alimenta e arrasta inúmeros a prestarem concurso, sejam na busca de prestígio e reconhecimento social, desejos e objetivos de matriz religiosa com o discursos de "salvar vida", ou ainda inebriado pela ética e estética militarista,  espirito heroico, viril, permeado pela aventura cuja ousadia e destemor espanta o perigo diante do combatente ao fogo.

Esse Bombeiro, é aquele que aceita o uso da "farda" como símbolo da maestria de seu ofício na sociedade, com comportamento reto e rígido das disciplina e que cumpre hierarquicamente de forma varonil, através das ordenanças, este bombeiro pode ser ainda motivado por anos de aprendizado, inclusive nas artes do capitalismo como o cinema .

John Rambo, é só um soldado, de corpo nu, que tira vida, mas o bombeiro é aquele que tem uma relação com o divino na terra, afinal ele" salva vidas", e além do fardo de seu trabalho ele com galhardia se paramenta com seu equipamento, armadura dos anjos na terra. Altivo como um Capitão Matt Casey, "Bravo" como Stephen McCafferty o mais velhos dos irmãos Bull atravessando a língua de fogo com machado e a criança no colo.




Steve Roger é peça teatral perto da realidade da Brigada 49  , o ideário de retidão e moralidade do Capitão América não supera o de homens que sacrificam a própria vida pela de um desconhecido, "vidas por vidas", eis que dentro desta mentalidade profissional, tanto militares quanto civis estão mergulhados no fetichismo de um produto que os domina a ponto de serem conduzido pelo modelo que se quer aproxima do real, e assim poucos conseguem realmente observar a realidade que os conduziu e os mantém no seus empregos, a mais dura realidade ríspida da sobrevivência no capital.



https://www.youtube.com/watch?v=7CuZf9c2-f8&t=385s

https://www.youtube.com/watch?v=iTd7rO8cR4k

Entretanto, a diferença que para uns, esta é imposta com a mística da fantasia militar, e para outros esta pode ser uma desejante alucinação que os mantém sempre acorrentados a incapaz descoberta do que poderiam vir a ser.

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

OBSERVATÓRIO DA EMERGÊNCIA

Jornal da Fração dos Emergencistas


       A que se propõe o Blogger Observatório da Emergência?

            A construir um diálogo entre profissionais da emergência e a sociedade civil, na importante e dura tarefa de tentar observar, entender e interpretar as emergências em perspectivas dos trabalhadores da emergência, em especial os trabalhadores e trabalhadoras que no Brasil sofrem toda a imposição que os limitam de direitos e possibilidades de propor uma nova visão de como lidar com as emergências e questões de proteção e defesa civil.

       Quem são os Emergencistas?

           Podemos definir todos que atuam diretamente em serviços e atividades profissionais ou sociais de maneira voluntária ou remunerada, e ainda indiretamente em ações pontuais, como emergencista, sendo estes:

 - Agentes de Proteção e Defesa Civil;

 - Bombeiros Civis;

 - Bombeiros Voluntários;

 - Profissionais de Saúde como Enfermeiras, Enfermeiros, Técnicos da área, Médicas e Médico;

 - Profissionais do SESMT como Técnicos e Técnicas de Segurança, Engenheiros e Engenheiras de Segurança do Trabalho;

 - Socorristas; e

 - Motoristas da área, entre outras pessoas, populações e organizações civis que atuam com prevenção e proteção civil.

          Portanto, quem trabalha com prevenção e emergência, em atuações durante eventos de acidentes e desastres ou em situações corriqueiras como eventos de incêndios, salvamento resgates de pessoas ou animais e acidentes, além dos que atuam em ensino instrução e treinamentos e em especial aquelas que exercem papel social e comunitário junto a sociedade civil.

          O que é a FRAÇÃO DE EMERGENCISTAS.

                A Fração de Emergencistas, é um grupo de profissionais cujos objetivos são promover análises e perspectivas críticas das áreas da emergência priorizando o desenvolvimento de alternativas populares  que permitam a maior participação e controle social nos serviços atuantes em emergência, assim com na proteção e defesa civil. 
              Para tanto, promovendo o chamado ao necessário avanço do setor com intuito de que as diversas categorias que compõe a classe destes profissionais e agentes sociais, permitam desenvolver uma maior preparação para os desafios futuros impostos pelas condições climáticas, resultantes das relações econômicas da exploração da natureza, cujos efeitos têm produzidos danos irreversíveis que demonstram a necessidade de avanços técnicos-operativos do setor, pois que, este não comporta mais a hegemonia de serviços públicos determinando exclusivamente sobre a sociedade civil, segundo seus critérios e visão militar extremamente corporativas, sem ouvir a diversidades de pessoas e pensamentos, tanto das populações da sociedade civil quanto dos profissionais, e voluntários atuantes no setor.

           A Fração de Emergencistas surgiu ainda em agosto de 2021, quando se organizou em articulação de profissionais da área prevenção e emergência em São Paulo, Minas Gerais, Paraíba, Bahia, Paraná e Santa Catarina, com objetivos de enfrentamento da PL 4363/0, que criava dispositivos autoritários da então, proposta de Lei Orgânica das Polícias e Corpos de Bombeiros Militares. Naquele momento uma série de chamamento foram realizados para organizações, representantes de empresas e lideranças bombeiros civis, que evitaram se envolver na questão, devido a preferências políticas, preferindo se manter posicionados de maneira neutra para não se "queimar" com a posição política adotada, inclusive grandes organizações de bombeiros civis e voluntárias, com exceção da Voluntersul, que ainda no período se movimentou no questionamento da PL. 

        A Fração de Emergencista se posicionou como contra a PL integralmente, abrindo diálogo com organizações sociais e movimentos políticos progressistas que dispuseram a ouvir, além de movimentos sociais, sindicatos, jornais e noticiários alternativos o que permitiu  criar condições para retirada desta do regime de urgência, proporcionando apoio para que a oposição tivesse tempo para observar pontos polêmicos sendo assim suprimidos. 
           Contudo, o Deputado Federal Capitão Augusto (Policial Militar de São Paulo), membro radical da bancada da bala, cujas posições extremistas são de discursos militaristas, continuou as articulações com diversos partidos políticos, até mesmo com a esquerda, que não conseguiu promover o chamamento público da sociedade civil, de trabalhadores civis das área. 


             Assim, a Bancada da Bala conseguiu maioria para aprovação em primeira votação em 14 de dezembro de 2022, na Câmara Federal dos Deputados sendo encaminhada para o Senado como PL 3045/2022, entrando assim no radar de muitos bombeiros civis e organizações de bombeiros voluntários.



            Como se nota a PL, é totalmente desconhecida da sociedade civil, não sendo objeto de divulgação, nem mesmo entre movimentos sociais, poucos questionaram ou entenderam os seus conteúdos mais problemáticos, inclusive as Praças das instituições militares estaduais, policiais civis, guarda civis e servidores municipais, assim como policiais federais. 
               Restando a poucos bombeiros civis, ainda em 2021 o papel de enfrentamento, a ampliação absurda de dominação, social por parte das instituições militares estaduais devido a proposta belicista de poder de grupos políticos ideológicos internos que ainda estavam na esteira dos movimentos revoltosos do Ceará, que culminaram com um Senador da república sendo baleado ao tentar enfrentar PMs amotinados em fevereiro de 2020.
              Tal cenário, somado aos risco às áreas da emergência fez com que os Bombeiros Civis levantassem questionamentos a respeito da PL, em especial devido a questão do artigo 35 e as proibições da utilização de nomes como "bombeiro" corpos de Bombeiros" e "bombeiros", além da utilização de cores e símbolos que remetam aos Corpos de Bombeiros Militares.
                O vídeo a seguir demonstra o papel hegemônico dos corpos de Bombeiros Militares, em detrimento aos trabalhos executados por associações civis de terceiro setor atuantes nas áreas de emergência, sendo objeto de discussão de deputado do PT, que bem observou o jogo metalinguístico entre as palavras fiscalização e controle.



                     Logo este Jornal, se trata de uma tentativa de construir ponte entre pessoas e profissionais que se preocupam com os novos tempos,  e que entendem seu papel social fundamentado nas suas escolhas voltadas a militância na área de emergência e proteção civil, diante dos desastres e eventos adversos, inclusive os mais corriqueiros que afetam as populações, mas não exclusivamente de modo remediador e de pronto atendimento, aquartelado aos moldes militares, porém na postura disruptiva de pensar esforços e atitudes contra hegemônicas e críticas voltado ao pensamento livre que permita maior amplitude de participação social de emergencistas no mercado de trabalho assim como nas atividades sociais voltadas a prevenção, socorro em emergências.
                     
       Íntegra da Sessão Congresso de 14 de dezembro de 2022.