quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

 Bombeiros e o Fetichismo.

Poderíamos atribuir que o fetichismo afeta os emergencistas?

Se levarmos em conta o fetichismo como aquele fascínio, admiração incondicional e louca a coisas e objetos que tomam do trabalhador a condição de criatura e se tornam tão importante quanto ou mais que ele que o produziu, sim, claramente e sem sombra de dúvidas, podemos atribuir que a espetacularização do trabalho nas atividades de emergência produziu um brilho lustroso a ponto de ser venerável por muitos dos que procuram vir a se transformar em trabalhadores da área, logo fetichizando as relações destas pessoas com a atividade.

https://www.youtube.com/watch?v=u8VmtPpceCY

Em especial a massa daqueles trabalhadores que sabem que por uma infelicidade técnica da legislação brasileira e dos mecanismos de dominação jamais terão oportunidade de compor fileiras nos serviços que se apresentam como exclusivos  de prevenção e emergência, como os Corpos de Bombeiros. 

Neste sentido, profissionais civis, tem uma fascínio em relação aos profissionais militares, algo fundamentado em anos de coerção social, seja na execução dos trabalhos que garantiram a naturalização de legitimidade, ou no consumo cultural da mídia , mas não em sentido pessoal ou de personalidade, mas pautado na crença de um tipo ideal de bombeiro.

Idealização que se consagra nas instituições que representam no imaginário popular, o "padrão bombeiro" a "cultura bombeiril", pensamentos e modos de observar uma profissão que chega a beirar o fantástico.

Enfim, esse profissional, civil, que atua, inclusive como voluntário, muitas vezes não foge da fantasia que alimenta e arrasta inúmeros a prestarem concurso, sejam na busca de prestígio e reconhecimento social, desejos e objetivos de matriz religiosa com o discursos de "salvar vida", ou ainda inebriado pela ética e estética militarista,  espirito heroico, viril, permeado pela aventura cuja ousadia e destemor espanta o perigo diante do combatente ao fogo.

Esse Bombeiro, é aquele que aceita o uso da "farda" como símbolo da maestria de seu ofício na sociedade, com comportamento reto e rígido das disciplina e que cumpre hierarquicamente de forma varonil, através das ordenanças, este bombeiro pode ser ainda motivado por anos de aprendizado, inclusive nas artes do capitalismo como o cinema .

John Rambo, é só um soldado, de corpo nu, que tira vida, mas o bombeiro é aquele que tem uma relação com o divino na terra, afinal ele" salva vidas", e além do fardo de seu trabalho ele com galhardia se paramenta com seu equipamento, armadura dos anjos na terra. Altivo como um Capitão Matt Casey, "Bravo" como Stephen McCafferty o mais velhos dos irmãos Bull atravessando a língua de fogo com machado e a criança no colo.




Steve Roger é peça teatral perto da realidade da Brigada 49  , o ideário de retidão e moralidade do Capitão América não supera o de homens que sacrificam a própria vida pela de um desconhecido, "vidas por vidas", eis que dentro desta mentalidade profissional, tanto militares quanto civis estão mergulhados no fetichismo de um produto que os domina a ponto de serem conduzido pelo modelo que se quer aproxima do real, e assim poucos conseguem realmente observar a realidade que os conduziu e os mantém no seus empregos, a mais dura realidade ríspida da sobrevivência no capital.



https://www.youtube.com/watch?v=7CuZf9c2-f8&t=385s

https://www.youtube.com/watch?v=iTd7rO8cR4k

Entretanto, a diferença que para uns, esta é imposta com a mística da fantasia militar, e para outros esta pode ser uma desejante alucinação que os mantém sempre acorrentados a incapaz descoberta do que poderiam vir a ser.

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